A característica de síndrome febril inespecífica da fase inicial da doença torna o diagnóstico diferencial um grande desafio aos profissionais da saúde. Por esse motivo deve ser reforçada a necessidade de conhecer e identificar os determinantes epidemiológicos (áreas de transmissão, presença de vegetação, exposição a vetores, contato com animais hospedeiros) como elementos imprescindíveis para identificação e tratamento precoce de casos suspeitos.
O exantema, importante marcador clinico, está ausente em uma grande parcela dos casos, o que torna a lista de diagnósticos diferenciais da FMB significativamente extensa, uma vez que envolve diferentes síndromes febris inespecíficas.Quando o exantema está presente incluem-se também como diagnósticos diferenciais as síndromes febris exantemáticas.
Nas formas mais graves, geralmente em fases mais avançadas e freqüentemente acompanhadas de manifestações hemorrágicas e icterícia, o diagnóstico diferencial deve ser feito com outros agravos, dentre os quais aleptospirose, doença meningocócica, sepse bacterianas, febre hemorrágica da dengue, síndrome cardiopulmonar por hantavírus e febre amarela.
A FMB é um agravo de notificação compulsória conforme estabelece a Portaria GM/MS nº104 de 25 de janeiro de 2011 e portanto, todos os casos suspeitos devem ser notificados à vigilância epidemiológica do município, seguindo o fluxograma do sistema de informação.
A notificação de casos suspeitos deve ser realizada, por profissionais de saúde das unidades por meio de instrumentos de coleta de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
É fundamental garantir a qualidade e o preenchimento das informações, bem como a agilidade na coleta e o encaminhamento para os serviços de vigilância municipal, uma vez que essas serão fonte de dados essenciais para o desencadeamento oportuno das ações de prevenção e controle no nível local.
PREVINA-SE!
Ao frequentar áreas propícias para a presença de carrapatos - áreas rurais, matas, cachoeiras, pasto sujo, áreas com presença de animais domésticos ou silvestres, parques, beira de rios e lagoas -, alguns cuidados devem ser tomados:
• Utilize repelentes à base da substância Icaridina, que são eficazes na prevenção de picadas por carrapatos;
• Utilize vestimentas longas e de cor clara, que permitem a fácil visualização dos carrapatos, além de calçados fechados e de cano longo;
• Evite sentar ou deitar em gramados nas atividades de lazer, como caminhadas, piqueniques ou pescarias;
• Examine o corpo com frequência, tendo em vista que quanto mais rápido os carrapatos forem retirados, menor a chance de infecção;
• Se verificada a presença de carrapatos, retire-os com leves torções, evitando o esmagamento de seu corpo com as unhas, já que pode haver contato com a bactéria presente no animal dessa maneira;
• Mantenha pastos, lotes e áreas públicas sempre limpas, para evitar a proliferação de carrapatos;
• Utilize carrapaticidas periodicamente em cães, cavalos e bois, conforme recomendações do profissional médico veterinário.
A CAPIVARA E A FEBRE MACULOSA
A capivara é um roedor herbívoro e social, que vive em bandos de até 30 indivíduos. A expansão dos centros urbanos está aproximando cada vez mais o homem deste animal.
Com a ocorrência de casos de Febre Maculosa, é comum que se pense que a solução está em retirar os animais do habitat, porém esta alternativa não é viável.
A retirada do bando possibilitaria a entrada de vários grupos menores, que ocupariam pequenos territórios e consequentemente, em um curto período de tempo, haveria o aumento global da população.
Ou seja, a presença de um grupo de capivaras auxilia no controle populacional da espécie, porém como não há presença de predadores e nem vastidão territorial, devemos auxiliar no controle populacional da espécie através de manejo reprodutivo.
CONCLUSÃO:
A Febre Maculosa é uma doença infecciosa que pode progredir rapidamente e ser fatal.Os profissionais de saúde devem estar atentos e levar em consideração essa hipótese diagnóstica, especialmente entre os meses de junho e outubro, quando há um aumento na proliferação do carrapato.
MITO OU VERDADE:
A Febre Maculosa só é transmitida em áreas rurais?
MITO: Todas as pessoas estão propensas a contrair a doença, inclusive pessoas que vivem em áreas urbanas e frequentam parques, lagoas, áreas verdes e cachoeiras; ou em contato com animais que participam do ciclo de transmissão da doença (roedores, cães, cavalos, capivaras e bois).
Usar repelentes ajuda a prevenir contra a febre maculosa?
VERDADE: Repelentes à base da substância icaridina são eficazes na prevenção de picadas de carrapatos, e devem ser adotados em passeios nas áreas rurais, parques ou matas, onde se deve também evitar sentar ou deitar em gramados. Outra recomendação é usar roupas longas e de cor clara, que permitem a fácil visualização dos carrapatos, além de calçados fechados e de cano longo.
Se eu encontrar o carrapato no corpo e o retirar logo em seguida, posso evitar a contaminação por febre maculosa?
VERDADE: Quanto mais rápido os carrapatos forem retirados, menor a chance de exposição à bactéria. Por isso, se você trabalha ou frequenta ambientes propícios à infecção, examine o corpo com frequência.
Esmagar o carrapato com a unha ao retirá-lo da pele ajuda a evitar a infecção?
MITO: Espremer carrapatos com as unhas pode propiciar o contato com a bactéria presente neles. Retire-os com leve torções e evite o esmagamento com as unhas.
Posso utilizar álcool ou isqueiro para matar ou retirar o carrapato da pele?
MITO: Não há evidências de que esses objetos contribuam na remoção do parasita ou evitem a infecção pela febre maculosa. Além disso, eles podem favorecer o contato com a bactéria presente no parasita.
Usar equipamentos de proteção individual (EPIs) nas atividades em locais propícios para a presença de carrapatos ajuda a evitar a contaminação pela bactéria?
VERDADE:O uso de (EPIs) como macacões de manga comprida, meias e botas de cor clara ajuda na prevenção e facilita a identificação de carrapatos na pele.
Manter limpos pastos, lotes e áreas públicas pode evitar a proliferação de carrapatos?
VERDADE:Com a vegetação rasteira, as condições ambientais ficam menos favoráveis para a proliferação dos carrapatos.
FONTE:
www.saude.mg.gov.br
portalsinan.saude.gov.br/febre-maculosa
https://cevs.rs.gov.br/febre-maculosa
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/febre-maculosa/